12 de fev. de 2012

Wando


Singela homenagem ao último romântico

Dear friend Wando,
Brazil will miss you!!
God bless you!
Rest in peace.

Wando site oficial: http://www.wando.com.br/

Fogo e paixão

 

LUTO
Wando morou e foi feirante em Volta Redonda
Publicado em 8/2/2012, às 09h25
Última atualização em 8/2/2012, às 18h10





Divulgação
Desde jovem, Wando colecionava fãs
Querido: Desde jovem, Wando colecionava fãs
Volta Redonda

A cidade fez parte da início da carreira do cantor Wando, que morreu na manhã de hoje (7), aos 66 anos, em decorrência de infarto seguido de parada cardíaca. A morte ocorreu depois de 13 dias de internação no Hospital Biocor, em Nova Lima (MG). Vanderley Alves dos Reis passou o período da adolescência em Volta Redonda. Ele entregou leite em casas, vendeu jornal, foi feirante e dirigiu caminhão. Na mesma época, teria se interessado pela música e aprendeu a tocar violão clássico.
Por oito anos morou em uma casa simples no bairro Minerlândia. O menino de 10 anos ajudava o comerciante Celso do Carmo, que já morreu, a selecionar frutas para vender na feira livre.
Josefina Maria de Andrade mora vem frente à antiga casa do cantor, na Rua Varginha.
- Ele era um menino humilde e muito trabalhador. Sempre o via mexendo com as frutas e na carroça. O menino era esguio, bem vistoso e brincalhão. Wando ficou aqui até uns 18 anos, nesse período nunca o vi cantar. Até me surpreendi quando ele começou a fazer sucesso - disse.
Rute do Carmo, irmã de Celso do Carmo, lembra um pouco do rapaz, quando ele era comerciante:
- Não sei muito da história do Wando em Volta Redonda, mas sei que trabalhou por muitos anos com o meu irmão. Celso adorava pessoas que tinham o dom com a música, ele levava os meninos para cantar na churrascaria. Era um grande incentivador da cultura e o Wando fez parte disso.
Wando trabalhou muitos anos na feira livre e fez grandes amizades. Como o antigo sócio Mauro Dias Rocha, conhecido como Marinho da Sessenta, que recorda com saudade os tempos de serestas.
- Sou filho de mãe viúva e estava trabalhando na feira quando conheci o Wando, tínhamos uns 15 anos. Depois do dia de vendas na nossa barraca, saíamos às 13h. Às 19h, ele me chamava para fazermos seresta. Cantávamos em um bar, onde fazíamos uma espécie de galinhada, já que na época não tinha churrasco - falou.
Marinho da Sessenta lembra de muitos momentos que passou ao lado do amigo:
- Tínhamos uma carroça muito pobre. Existia outro feirante, o Ventura, que vendia flores, o cavalo dele era branco e a carroça, linda. Wando sonhava com ela e queria ter uma igual. Quando ganhávamos um pouco de dinheiro, ele comprava uma coisinha ou outra para tentar melhorar a nossa. Mas nunca ficou igual à do Ventura.
Sucesso com as mulheres começou cedo
Mauro Dias Rocha, o Marinho da Sessenta, lembra que o sucesso de Wando com as mulheres começou cedo.
- Quando morava em Volta Redonda, Wando não recebia calcinhas das mulheres. Porém, já estava sendo assediado, e ele era tão feio - diverte-se.
A separação dos amigos aconteceu depois dos 18 anos.
- Tive que ir para o Exército, depois fui trabalhar na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Mas quando voltei do meu serviço militar, Wando já tinha ido embora. Fiquei sabendo que uma senhora o ajudou, financiando o início da carreira. Há 15 anos nos encontramos em um sítio em Cachoeira de Macacu (RJ), conversamos e me chamou para visitar a casa dele - contou o técnico de qualidade.
Vendedor de bananas
A comerciante Ana Célia da Silva Ferreira lembra que o concunhado dela, que hoje mora nos Estados Unidos, contava que era muito amigo do cantor Wando.
- Como vendiam bananas, eles se chamavam de Bananeira. Depois que o Wando saiu de Volta Redonda o meu concunhado abriu uma floricultura no Rio de Janeiro. Quando foi fazer uma entrega para um cliente, quem abriu a porta foi o Wando. Ele conta que os dois se emocionaram e se abraçaram muito. Meu concunhado ficou muito feliz - disse.
Ao sair de Volta Redonda, Wando ficou conhecido do grande público com sucessos,como "Fogo e paixão", "Gosto de maçã", "Moça" e "Coisa Cristalina". A marca do cantor era a coleção de calcinhas feita a partir de presentes das fãs.